Evento aconteceu na Escola Superior da Defensoria de MS (Foto: Guilherme Henri)
Texto: Guilherme Henri
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, por meio do Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), realizou na última sexta-feira (19), o workshop “Diretrizes da Política Nacional de Cuidados Paliativos e sua Implementação no SUS”.
Resumo da notícia feito com Inteligência Artificial (IA), editado por humano: A Defensoria Pública de MS promoveu workshop sobre a Política Nacional de Cuidados Paliativos no SUS, destacando a importância da abordagem humanizada e do acesso a direitos. Especialistas ressaltaram o papel da Defensoria como ponte para os cidadãos, a evolução histórica do tema e a necessidade de padronização para garantir um cuidado integral e digno no sistema público de saúde.
O evento, transmitido de forma híbrida, reuniu especialistas para discutir a importância do tema e os desafios para a efetivação dessa política no sistema público de saúde.
Participaram como palestrantes a defensora pública e coordenadora do NAS, Eni Maria Sezerino Diniz, a médica paliativista Fernanda Romeiro Miranda, coordenadora da linha de cuidados especiais da Santa Casa de Campo Grande, e a enfermeira da SES/MS Michele Batiston Borsoi.
O papel da Defensoria
Em sua fala, a defensora pública Eni Maria destacou como a atuação da instituição pode fazer diferença na vida de famílias em situações de extrema vulnerabilidade.
A coordenadora compartilhou um caso atendido pela Defensoria em que a escuta atenta e a abordagem humanizada transformaram a forma como uma mãe lidou com a terminalidade do filho com paralisia cerebral.
Segundo a defensora, a experiência marcou profundamente sua compreensão sobre a importância dos cuidados paliativos.
“Aprendi muito sobre dor, sofrimento e sobre a diferença que um olhar de cuidados paliativos pode fazer na vida de uma pessoa e de uma família. Não podemos ter medo das conversas difíceis. Quando conhecemos o que o SUS deve oferecer, sabemos também o que podemos exigir dele”, afirmou.
A defensora reforçou, ainda, que a Defensoria não substitui a rede de saúde, mas funciona como ponte de acesso para garantir os direitos dos cidadãos, inclusive no que diz respeito ao alívio do sofrimento humano, consolidado como um direito no âmbito do SUS.
Panorama histórico
A médica paliativista Fernanda Romeiro Miranda trouxe um panorama histórico dos cuidados paliativos no mundo e no Brasil. Destacou o trabalho pioneiro de Cecily Saunders, em 1967, com a fundação do St. Christopher’s Hospice, em Londres, considerado marco da abordagem moderna.
Ela lembrou que o conceito oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) surgiu somente em 1990 e evoluiu até a definição atual de 2017, que amplia o olhar para além da ausência de cura:
“Hoje, o cuidado paliativo é entendido como uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam doenças que ameaçam a vida, atuando não apenas no sofrimento físico, mas também nos aspectos psicológicos, sociais e espirituais”, explicou Fernanda.
A política nacional
Já a enfermeira Michele Batiston Borsoi contextualizou a importância da recente Política Nacional de Cuidados Paliativos e ressaltou que a existência de uma política pública garante organização e padronização no atendimento.
“Antes, cada serviço ofertava ou não, de acordo com suas possibilidades. Agora, temos uma diretriz nacional. É como se antes não tivéssemos música, e agora temos a música para dançar. Isso traz avanços para a construção de uma rede integrada”, pontuou.
A enfermeira ainda destacou que a política convoca os profissionais de saúde a incluir a abordagem paliativa no cuidado integral em todos os cenários do SUS, fomentando uma discussão antes pouco enfrentada no país: a do morrer de forma digna e humanizada.